VEREADOR CIRILO, OSSO DURO DE ROER.

Marinha Raupp, Vereador Cirilo Guedes

Meu amigo, vereador Cirilo Guedes, um nordestino talhado na dura labuta da vida, osso duro de roer. "Seu Cirilo", como carinhosamente é chamado. Vereador que não se intimida perante  as dificuldades, lutador incansável, principalmente pelo direito dos agricultores de terem acesso à boas estradas e pontes, em sua região, Tabajara e adjacências. No início do mandato, quando a prefeitura não tinha máquinas para arrumar as estradas,  seu Cirilo cansou de tirar dinheiro do bolso para pagar horas de pá carregadeira, e arrumar atoleiros aqui e acolá. Quantas pontes o vereador Cirilo fez e consertou? Impossível saber ao certo. Quantos metros de madeiras de sua fazenda ele doou para a prefeitura? Nem ele sabe. Vereador que não abandonou sua casa no sítio após ser eleito, mas nunca faltava a uma sessão legislativa, e toda segunda feira lá estava o seu Cirilo de terno e gravata. Mas quis o destino que chegando de viajem a Brasília onde foi buscar recursos junto aos deputados do PMDB, seu Cirilo estava indo ao encontro da família que não via há dias, e o destino lhe pregou uma peça. Não querendo sujar de poeira sua roupa limpa, pois já tinha percorrido quase toda a RO 133 que separa a cidade de sua casa, sem ter encontrado um único veículo naquele dia particularmente tranqüilo na empoeirada estrada. Mas eis que no horizonte surge um carro já carregado nos anos de andanças, e acha de estourar o pneu da frente, bem ao lado de nosso vereador, que tranquilamente aguardava em cima de sua moto a passagem do veiculo. Somente uma nuvem de poeira, o estrondo e lá estava à moto jogada longe e seu Cirilo atirado ao chão com sua perna esquerda espatifada, o pé quase decepado na altura do tornozelo, ele gritando desesperadamente de dor, pedindo socorro.  Como foi triste chegar ao hospital e ver aquele homem já calejado pelos anos de vida, gemendo de dor, com o pé quase separado e três horríveis  fraturas  em sua perna logo abaixo do joelho. Prestativos o médico enfermeiros e motorista da ambulância, rapidamente fizeram um tratamento superficial e enviaram o nosso vereador para Ariquemes. Dias após o incidente, no seu retorno, estava com a perna toda parafusada, e um longo processo de cura. Mas qual o que, na mesma semana lá estava o Cirilo Guedes, dentro da represa pescando os tambaquis que criara com tanto gosto. Resultado uma baita infecção, e a retirada a sangue frio de todas as ferragens, e a perna com as quebraduras sem qualquer melhora. Apesar das constantes "broncas", nada de pedir afastamento do seu cargo, cedendo lugar ao suplente por 180 dias. Então teve a perna engessada, mas não sossegando quieto, resolveu ligar a moto, não deu conta, e a moto caiu em cima da perna quebrada, e lá vai mais gesso e a quebradura na estaca zero. Bem achou o vereador que osso quebrado se conserta com uma semana e resolve arrancar o gesso na base da peixeira. Resultado um atestado de 180 dias, e a data marcada pelo médico para "cortar" a perna se não seguir a risca os cuidados requeridos. Agora o nosso vereador ficou com medo e finalmente ouviu os  para nosso alívio,  "seu Cirilo" ouviu os conselhos e pediu afastamento do cargo que ocupa, para que o João Ailton assuma o seu lugar enquanto se recupera do acidente.

Fica quieto em sua casa Vereador, pois assim de estiver curado  te esperamos na tribuna da casa  com grande satisfação.