quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Judiciário barra pizza da Assembléia

Vergonha para a Assembléia Legislativa de Rondônia ter deixado o Judiciário agir para evitar a pizza da Comissão de Constituição e Justiça. A propósito de buscar informações detalhadas do processo, os parlamentares acabaram não cumprindo os prazos de 24 horas, como determina a legislação, e já estavam acertando entre si a libertação do colega deputado Valter Araújo, preso desde o dia 18 de novembro, acusado pelo Ministério Público de liderar uma quadrilha responsável por desvios da ordem de R$ 18 milhões em contratos fraudulentos de prestação de serviços de limpeza e alimentação. A CCJ deveria ser rebatizada para Comissão de Criação da Pizza e o relator, Neodi Carlos, jogou no lixo a boa atuação nos últimos quatros anos da presidência da Mesa Diretora da Assembléia porque teve medo de encarar o processo e manter o perigoso deliquente na cadeia.

Como o Rondoniagora impresso já havia adiantando no domingo Valter Araújo conta com amigos fieis no Parlamento. Mesmo preso, alguns tem receio até de falar sobre o assunto pois temem represálias futuras, a exemplo de informações constrangedoras serem levadas a público. Vergonhosa também a atitude de Mauro de Carvalho (Andreazza), Valdivino Tucura (Cacoal), José Lebrão (São Francisco) e Luizinho Goebel (Vilhena) em convencer o relator da CCJ a relaxar a prisão do presidente deliquente. O eleitor desses deputados precisa perguntar qual o interesse deles em limpar a barra de Valter Araújo, quais os favores devidos ? Seriam também beneficiários do esquema da quadrilha? O tempo e a Justiça vão responder pelo menos um desses questionamentos.
Passado o capítulo do agora preventivado Valter Araújo, os dois grupos estão se engalfinhando para controlar a nova Mesa Diretora. Os governistas saíram das sombras e iniciaram uma batalha de ataques aos deputados remanescentes da Mesa, denunciando as tramóias da eleição do mais novo deliquente do pedaço. O presidente interino reagiu e ameaçou abrir processo de cassação por quebra de decoro do colega Adelino Follador, grande interessado na presidência e que tem as benções do governador Confúcio Moura para elevar-se ao cargo.
Daqui pra frente, o leitor vai acompanhar a troca de acusações mútuas. Governistas e oposição tentando explicar o inexplicável. Hoje já começou: não sabíamos que o suplente Edvaldo Soares, adjunto da Casa Civil, também recebeu dinheiro da quadrilha. E pelo tom do presidente interino tem mais surpresas no futuro. “Esse pessoal não sabe com quem tá mexendo”, explicou Hermínio ao jornal estupefato com as declarações do apagado deputado Lorival Amorim sobre o ‘golpe’ para ganhar a Mesa Diretora. Deixo o leitor com a lembrança do saudoso Bezerra da Silva: “Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão”.

Fonte:http://gerson.rondoniagora.net/

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