Segunda feira, o Vereador Amauri Valle em seu discurso na tribuna da Câmara de Vereadores de Machadinho do Oeste, defendeu o Senador Valdir Raupp (PMDB) e o Deputado Federal Padre Ton (PT), com relação à discussão que formou em torno do evento realizado em nossa cidade, promovido pela executiva municipal do Partido dos Trabalhadores, onde o Deputado Federal Padre Ton e o Prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, jogaram um balde de gelo sobre centenas de cidadãos que estavam presentes no evento do partido. Os dois políticos afirmaram categoricamente que a usina hidrelétrica Tabajara, a ser construída no leito do Rio Machado na localidade de dois de Novembro, não mais teria a obras iniciadas até o próximo ano. Os parlamentares alegaram que a Obra nem mesmo faz parte do programa PAC 2 do governo federal, mas que o potencial hídrico para gerar energia que segundo os conferencistas é de 150 MW, e não os 350 MW como foram inicialmente aventados. O potencial deverá ser utilizado com a construção da barragem somente a partir de 2020 ou alguma coisa entre 2020 e 2030.
O vereador Amauri Valle, apaziguando os ânimos acirrados entre os colegas, iniciou o seu discurso dizendo: Santo Anselmo definiu a verdade como: “A verdade é aquilo que é.", ora se a verdade é aquilo que é, nem Raupp nem Padre Ton mentiram ao povo de Machadinho do Oeste, por uma simples premissa que passo a descrever:
Raupp quando participou da audiência pública promovida pela Câmara de Vereadores de Machadinho do Oeste, em que estiveram presentes mais de 1.000 pessoas de todos os cantos do município, além de políticos, autoridades e empresas envolvidas no projeto, tinham como verdade a vontade política do Presidente Lula. A verdade do momento era de construir o máximo de barragens em todos os recantos do Brasil, para que fosse gerada a energia demandada pelo crescimento econômico do País na casa do 7,5% ao ano. Como o Brasil vinha de um recente apagão elétrico pela seca que liquidou os reservatórios, e pelo boom do crescimento econômico que "jogou" para dentro da economia milhões de brasileiros que não tinham acesso aos bens de consumo duráveis, e de uma hora para outra passaram a comprar, televisores, geladeiras, ar condicionado e outras parafernálias que consomem energia, além do parque industrial brasileiro que consumia com voracidade milhões de MW de energia elétrica. Esta era a verdade do momento; e o Senador veio dizer ao povo, que se fosse solucionado a questão da área de 1.430 ha . de terras que seriam alagadas dentro do parque Campos Amazônicos e, concluído os estudos de impacto ambiental seria emitido a licença provisória para instalação dos canteiros de obras para início do empreendimento de aproximadamente R$ 10.000.000.000,00 de reais em investimentos e que geraria empregos para aproximadamente 10 mil trabalhadores. Segundo disse o Senador Raupp, dependendo do andamento das licenças e das obras do Rio Madeira, a usina de tabajara poderia ter o seu inicio entre 2013 e 2014, como era do agrado do Presidente Lula. Esta era a verdade do momento, que Raupp repassou ao povo. A verdade é aquilo que é.
Veio à eleição, ganhou a presidenta Dilma que se deparou com a nova realidade na ordem econômica mundial, com uma crise sem precedentes na história moderna do capitalismo, que varreu do mapa milhares de empresas e milhões de empregos ceifados do coração das maiores economias do planeta. Isto afetou as empresas brasileiras que se viram no olho do furacão e reduziram as atividades produtivas, afetando diretamente a demanda por energia elétrica. Em razão de tais circunstâncias, e dado o andamento das obras de construção dos mega projetos do Rio Madeira com as usinas de Jirau e Santo Antonio, e das obras da Mega Usina de Belo Monte, além de dezenas de projetos em construção no Rio Teles Pires em Mato Grosso , no Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e outros estados, além de dezenas de projetos envolvendo usinas termoelétricas movidas a carvão, gás natural e atômica, alem da implantação do parque eólico no nordeste brasileiro. Esta conjunção elevou significativamente a oferta de energia para os consumidores brasileiros, que na contramão reduziram o consumo em razão da crise mundial. A partir deste novo horizonte a Presidenta Dilma, seguindo sua linha conservadora em se tratando das finanças públicas não vê mais urgência no início de obras de engenharia destinadas a aumentar a oferta de energia elétrica que neste momento não tem consumidores em potencial para o seu consumo. Isto colocou os projetos da usina de Tabajara e de Nova Mamoré (Bi-Nacional com a Bolívia) em Stand by, ficando registradas como potencial a ser aproveitado futuramente quando a situação econômica do Brasil assim o exigir. Com estas premissas em mãos o Padre Ton e Roberto Sobrinho informaram o povo de Machadinho que os projetos não foram cancelados, mas simplesmente postergados por mais alguns anos, portanto Padre Tom também disse a verdade ao povo. A verdade do momento atual. A verdade da Presidenta Dilma. A verdade é aquilo que é.
Os dois políticos disseram à verdade que é relativa no tempo e no espaço, mas que soou aos ouvidos do povo como uma mentira e, mais que isto, como uma grande farsa, resultado da falta de planejamento de médio e longo prazo em se tratando de obras tocadas pelos governos, sejam elas nas esferas Federal, Estaduais e Municipais, que ficam a mercê dos caprichos dos governantes de plantão e das mudanças conjunturais da política e da economia, sem levar em conta as questões estruturais do Brasil, que demanda visão e investimentos continuados e de longo prazo de maturação.
Portanto amigos e eleitores, ao invés de ficarmos nos lastimando e tentando achar culpados pelo fracasso econômico de nosso município, vamos arregaçar as mangas e nos preparar para o dia que o empreendimento chegar que pode ser muito depois do desejado, mas também pode ser muito antes do esperado e ai não adianta chorar o “leite derramado”.
Autor: Amauri Valle, Economista e Vereador.
Um comentário:
É isso aí.De nada adianta uma grande mensagem se ela não é compreendida de acordo. Agradeço por decodificar essa informação e repassa-la ao pessoal humilde;e de menor formação do nosso município.
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