segunda-feira, 23 de maio de 2011

Crônicas de um professor II



O OUTRO LADO DA MOEDA
Engraçado a situação em que determinadas pessoas se colocam diante de situações que criam para si na vida!
Só quem esta ao lado (mas não ao lado literalmente), quem sente a dor das causas e vivência é que pode realmente dizer o que se passa.
Eu, em meus mais de vinte e cinco anos de educação no estado de Rondônia, não havia passado ou presenciado tal situação sofrida recentemente. Sofrida sim, porque o que aconteceu com meus companheiros de trabalho poderia ter acontecido comigo! Ao iniciarmos o ano de 2011, houveram as já decantadas trocas de administradores nos órgãos públicos e no CEEJA PAULO FREIRE não foi diferente.
Acontece que a troca houve, mas o que ocorreu em seguida foi uma verdadeira “caça as bruxas”, como se aqui houvesse tais. Aqui não houvesse funcionários trabalhadores como em qualquer outro lugar que procurassem cumprir com suas obrigações e digo mais: ir além a prol de uma educação que, como todos sabem, nunca prezou pela qualidade com tantos desmande – “do que tem nada falta”, mas........ – então, nossos colegas foram, como se diz escorraçado da escola! E por quê? Porque não “come no mesmo prato”, eram pessoas que tinham muito a agradecer aqueles que na hora do “sufoco” os socorreram. E como qualquer um teria que lembrar que “não se cospe no prato que come”. Mas como trabalhadores e funcionários, teriam que continuar trabalhando. É claro que esperavam que fosse onde já estavam – no CEEJA – e não foi o que aconteceu porque a “nova administração” achou que esses funcionários não serviriam que não precisam deles. E assim fizeram: colocaram-nos a disposição. E ai vem o outro lado da moeda: quem sustentaria, ou seja, manteria a escola funcionando? A administração? Esses servidores, é claro, foram socorridos quando estavam sem emprego, mas também ajudaram a socorrer a escola naquilo que ela não tem que são profissionais habilitados para atender sua demanda escolar – os alunos. A escola está desde que iniciou o ano letivo sem professor em algumas disciplinas e isso veio se arrastando esse tempo todo. E quando a situação se tornou insustentável, os administradores foram substituídos e ai foram “pousar de vitimas” nas salas de aulas para os alunos. E alguns desavisados querem ou quiseram fazer até abaixo assinado para que tais administradores seguissem mandando! Mas por que isso? Porque passaram em sala e se colocaram como “vitimas”! Agora eu pergunto a vocês alunos: uma administração que deixou vocês esse tempo todo sem professores em algumas áreas, porque colocaram vários colegas de profissão a disposição sem um motivo aparente, a não ser o que vejo que é pura perseguição política, merece continuar? O que vocês vêm buscar na escola? Sem professores de que serve a escola? Vocês preferem uma administração ou professores que os atenda em sala? Então, antes de pensarem em realizar tal abaixo assinado, vejam o outro lado da moeda! São vocês os prejudicados. São vocês que ficam saindo de casa toda noite para estudar e quando chegam à escola não há professor, administração há, mas não vai para sala atendê-los. Como sempre os digo, NÃO CREIAM EM TUDO QUE VÊM!! Porque para sermos críticos, precisamos analisar as situações de vários ângulos. E é para serem críticos, ver a REALIDADE de outra forma, que estão em sala de aula. Para não ser “pau mandado”, para tomarem as rédeas de sua própria vida e direção a seguir, que acredito estão todos os dias sentados nos bancos escolares ou vocês adoram desconforto? Poderiam estar em casa, em frente à TV, computador....
Leiam, releiam, analise e tirem suas conclusões. 
Eu os pergunto: você expulsa de sua casa um parente seu porque ele não compartilha de suas ideias? Porque ele tem mais afinidade com um outro? Ou aprende que “os dedos das mãos” não são todos iguais, mas que cada um tem sua funcionalidade e importância?

João Barbosa Ferreira – professor habilitado em letras.
Machadinho, 06 de abril de 2.011.

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