Benjamim Franklin - Estadista americano (1706-1790)
Um dos maiores estadistas americano |
Quando eu tinha sete anos, meus amigos, por um dia de festa, encheram os meus bolsos com moedas de cobre. Corri a um bazar, onde se vendiam brinquedos, mas no caminho me agradei de tal forma com o som de uma apito que levava um outro menino, que incontinenti lhe propus a compra do pequeno objeto e por ele paguei todo o dinheiro que tinha comigo. Votei logo para casa, assoprando meu apito, encantado com o brinquedo, mas como é de supor, azucrinando os ouvidos de toda a minha família. Meus irmãos, minhas irmãs, meus primos, ao tomarem conhecimento da compra que eu fizera, disseram-me que eu pagara pelo apito quatro vezes mais do que realmente valia e me indicaram a infinidade de coisas que eu poderia ter comprado com o trôco, no caso de haver pago pelo
apitinho o preço justo. E tanto se riram de minha ingenuidade, que envergonhado, me pus a chorar; e considerando o que fizera a certeza de quanto eu fora tolo meu causou mais pena do que alegria me causava o apito.
apitinho o preço justo. E tanto se riram de minha ingenuidade, que envergonhado, me pus a chorar; e considerando o que fizera a certeza de quanto eu fora tolo meu causou mais pena do que alegria me causava o apito.
Ms o fato se constituiu em grande lição para mim, porque nunca mais o esqueci. E hoje, quando sinto tentação de adquirir alguma coisa não de todo necessária, a mim me digo: não pagues muito caro o apito, e economizo o meu dinheiro.
Ao crescer, observei as ações dos meus semelhantes, e notei que muitos muitos deles, tinham pagado muito por um apito.
Quando vejo uma pessoa ambiciosa do favor dos prepotentes fazer mal uso de seu tempo em beija-mãos, em sacrifício do próprio repouso, da própria liberdade, da própria virtude e até mesmo de seus próprios amigos, digo com os meus botões: essa pessoa paga demasiadamente caro o seu apito.
Quando vejo outro, amigo da popularidade, continuadametne metido no bulício da política, abandonando seus próprios negócios e arruinando-se com sua negligência, digo: êsse paga muito pelo seu apito.
Quando vejo um avaro que abandona todas as comodidades da vida, o prazer de fazer bem ao semelhante, a estima de seus compatriotas e as alegrias da amizade benévola no afã de acumular riquezas, pobre homem! pagas muito caro o teu apito!
Quando me encontro com um indivíduo sensual que sacrifica todos os propósitos saudáveis do pensamento e sua fortuna para dar-se ao simples prazer do corpo, com o qual arruína sua saúde, também digo: homem extraviado acumula penas em vez de prazeres. Pagas muito caro o teu apito.
Quando vejo uma pessoa apegada às aparências, amiga da vestes suntuosas, dos palácios, dos móveis ricos e dos formosos ornamentos e que estão muito além de suas posses, e que, adquiridos com sacrifício, a encheu de dívidas que não se pagaram e resultaram em cadeia, também digo: Oh, muito caro te saiu o apito...
Em suma, acredito que grande parte das misérias da humanidade ocorre em conseqüência da falsa situação que se dá às coisas, do preço muito elevado que se paga por um apito.
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