EPIFÂNIA : ESSA SIM, TEM COMPANHEIROS!
Açodado em tirar da lama o nome da candidata de Roberto Sobrinho para as eleições do próximo ano, o Partido dos Trabalhadores abriu mão da pouca reserva moral que ainda mantinha junto à sociedade rondoniense.
Açodado em tirar da lama o nome da candidata de Roberto Sobrinho para as eleições do próximo ano, o Partido dos Trabalhadores abriu mão da pouca reserva moral que ainda mantinha junto à sociedade rondoniense.
Bastou uma nota emitida pela Polícia Federal afirmando a condição de testemunha da deputada estadual Epifânia Barbosa, no inquérito da Termópilas, para que os companheiros aclamassem a presidente regional do partido como pobre vítima e a declarassem publicamente pessoa “idônea e de total confiança”.
Ignorada na reunião dos caciques petistas, a sentença do desembargador Sansão Saldanha é clara quanto à participação de Epifânia Barbosa no esquema de corrupção que jorrava das hostes da Secretaria de Estado da Saúde e desaguava como propina a sete deputados estaduais. Na página 23 da sentença, o magistrado afirma categoricamente que “pelas provas colhidas há indícios de que a INVESTIGADA Epifânia praticou, além dos Atos de Improbidade Administrativa: Formação de Quadrilha e Corrupção Passiva”.
Questiona-se, portanto, o porquê dos termos INVESTIGADO na sentença e TESTEMUNHA no inquérito. A resposta pode estar nos direitos resguardados ao cidadão pela Constituição brasileira. Ocorre que ninguém é obrigado a constituir prova contra si mesmo. Ao investigado, a lei reserva alguns direitos, como manter-se em silêncio na presença da autoridade policial para se pronunciar somente na Justiça. Por outro lado, a testemunha presta compromisso de dizer a verdade. É obrigada a revelar tudo o que sabe e não pode mentir ou omitir nada relevante ao caso.
Explica o Ministério Público do Estado, que no decorrer das investigações, levando em consideração o grau de envolvimento, o investigado pode passar para condição de testemunha. Mas, parece-nos mais plausível, neste caso, uma estratégia da Polícia Federal para pegar os ratos na ratoeira. Caso contrário, sem evidências, como se justificariam os mandados de busca e apreensão na residência e no gabinete de Epifânia Barbosa? Se Epifânia é a santa vítima, por que a Justiça mantém o bloqueio de seus bens e o afastamento do cargo na Mesa Diretora da Assembléia Legislativa?
Mesmo nos pautando pelo sentimento de generosidade e complacência dos companheiros petistas e acreditando na inocência de Epifânia, ainda restaria outro questionamento: testemunha de quê? Teria a nobre parlamentar conhecimento dos crimes e não informou as autoridades policiais e judiciárias? Neste caso, ainda assim, a deputada terminaria esse processo não como testemunha, mas como prevaricadora.
A precipitada defesa do PT de Rondônia à sua mais nobre militante reforça o sentimento de impotência da população diante do quadro de corrupção. A nota oficial emitida pelo partido nos leva a crer que não há intenção de combater a sem-vergonhice e canalhices dominantes na política rondoniense. Há, de fato, somente conveniências.
A lama podre vai tornar-se ainda mais pútrida e nós…bem, nos vemos na praça dando milho aos pombos.
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