Acredito que os leitores estejam um tanto saturados, enjoados e cansados dos artigos que insistem em refletir a crise política brasileira e rondoniense.
Atitudes como as do último dia 22/05, naAssembleia Legislativa do Estado colaboram para que percamos as esperanças em um mundo melhor, pelo menos no Brasil e Rondônia.
Todos os envolvidos em esquemas de corrupçãodeveriam pagar, porém foram salvos de um processo criminoso quando deveriam ser cassados e responder judicialmente pelos atos de colaboração junto ao deputado que foi cassado.
É como se estes, os não cassados, fossem crianças ingênuas e não soubessem que receber dinheiro de propina fosse ilegal. O fato é que os mesmos não terão condições de representar a sociedade, pois ficaram marcados como corruptos para sempre.
Algumas opiniões estão sendo lançadas no mundo midiático através de artigos que procuram imputar justificativas ao universo dos crimes políticos existentes no Estado e no Brasil.
Ninguém está ocupando o centro do furacão político por uma questão de gênero, cor, religião etc. Os políticos que estão no centro da crise, estão respondendo por comprovada participação em um diabólico esquema de sangria dos cofres públicos e cada um, queira ou não, responderá por muito tempo junto à sociedade.
A perda do mandato, suspensão temporária ou mesmo prisão são algumas das punições. Existem várias outras, como as manifestações de parte de uma sociedade que não suporta mais este tipo de comportamento.
Os olhares destes serão como punhais sobre aqueles que não honraram a fé e esperança das pessoas que acreditaram na possibilidade de um mundo melhor com escolha nas últimas eleições.
José Genuíno, Paulo Maluf, Jader Barbalho, José Dirceu, Antônio Palocci, Fernando Collor,Demóstenes Torres, José Sarney e todo o bando que historicamente ocupa as páginas policiais tem a fileira aumentada por parlamentares rondonienses.
Os políticos que estão arrolados em dezenas, centenas de processos por práticas de ilícitos, vários com condenações, podem até encontrar uma brecha judicial e tornar “eternos” esses processos.
Porém a imagem se foi, como diz o povo, agora Inês é morta, até se reelegem, pois não é segredo para ninguém que grande parte dos eleitos, o são por conta das estruturas financeiras gigantescas de origem duvidosa utilizadas em suas campanhas.
A parcela da sociedade brasileira que cultua os valores morais os tem como seres parasitários que sobrevivem da miséria humana.
Para esses a história reserva os porões e a convivência com ratos, baratas e outros insetos do mesmo nível.
O Brasil possui uma maioria de eleitores que se aculturou ao processo eleitoral que temos e que é marcado pela barganha e pela troca.
O sistema é nefasto e as ações de Estado que poderiam apontar soluções a médio e curto prazo não surge no horizonte.
Algumas projeções apontam que somente nos últimos cinco anos, esquemas como os denunciados na operação termópilas fizeram o Brasil perder no ralo da corrupção um montante que atinge os cem bilhões de reais.
Dinheiro suficiente para promover importantes saltos na triste realidade da nossa educação, saúde e segurança.
(…) As principais causas da corrupção são velhas conhecidas: instituições frágeis, hipertrofia do estado, burocracia e impunidade. O governo federal emprega mais de 90.000 pessoas em cargos de confiança. Essa situação se repete em estados municípios, no legislativo, judiciário etc. Nos Estados Unidos, há 9.051. Na Grã-Bretanha, cerca de 300. “Isso faz com que os servidores trabalhem para partidos, e não para o povo, prejudicando severamente a eficiência do estado”, diz Cláudio Weber Abramo, diretor da Transparência Brasil.
O pior é que não temos a expectativa de devolução do dinheiro desviado, nem mesmo a expectativa da condenação dos criminosos.
Precisamos erradicar da vida do nosso país fatores hipócritas como esses. Aqui as leis insistem em ver o lado teórico, fictício, surreal, platônico, sei lá. Temos que atuar dentro da realidade e pronto!
Para isso acontecer precisamos de uma mudança radical no modelo gerador de tantas injustiças.
Na história recente do Brasil ocorreu um fato novo, extremamente negativo, que vem sido divulgado amplamente, o partido que mais acusou, mais exigiu respeito e ética, mais apontou os erros dos outros e que ao mesmo tempo se postava em uma espécie de pedestal da ética e moralidade, praticou em um curtíssimo tempo de vida no poder todos os crimes que condenou nos outros.
O partido que mais criticou a “justiça burguesa” por sua morosidade e incapacidade de condenar o colarinho branco agora protege os seus utilizando as mesmas malandragens jurídicas “burguesas” que tanto criticou.
Se alguém desse partido sofre mais com a mídia é pelo simples fato de estar no partido que mais pedra atirou. A questão não é de gênero, cor, raça, religião. Colhe-se mais por ter plantado mais.
A não condenação de criminosos do colarinho branco é uma prática pedagógica perigosa. Com essa realidade, é natural que as pessoas comuns cometam mais crimes em todas as áreas se não percebem a atuação firme da justiça sobre os que deveriam ser exemplo.
Os políticos brasileiros precisam entender que não são reis, não podem fazer o que bem querem e entendem, eles são servidores públicos e deveriam se comportar como tal.
É preciso que se defina, por exemplo, um teto salarial para eles, segundo um material divulgado na mídia pela ONG Transparência Brasil, nós povo brasileiro pagamos os maiores salários do mundo para nossos políticos.
Um senador custa ao ano, segundo os estudos apresentados, dez milhões e meio de reais ao ano.
A bandalheira se repete em todas as esferas de poder em nosso país.
As pessoas ficam profundamente revoltadas com a farra que é feita com o dinheiro público.
A existência dos salários astronômicos dos políticos e outras autoridades públicas, diante da realidade salarial brasileira se constituem em acinte, imoralidade e desumanidade.
Sobra dinheiro por um lado e falta por outro não ocorrendo os investimentos que amenize o sofrimento do povo, provocando um resultado extremamente perigoso, as pessoas perdem o senso de justiça e ética, ao serem roubadas por pessoas que deveriam, repito dar exemplos de conduta ética e moral.
“Uma análise de processos por corrupção feita pela CGU mostrou que a probabilidade de um funcionário corrupto ser condenado é de menos de 5%. A possibilidade de cumprir pena de prisão é quase zero. A máquina burocrática cresce mais do que o PIB, asfixiando a livre-iniciativa.
A corrupção se disfarça de desperdício e se reproduz nos labirintos da burocracia e nas insondáveis trilhas da selva tributária brasileira.
Uma análise de processos por corrupção feita pela CGU mostrou que a probabilidade de um funcionário corrupto ser condenado é de menos de 5%. A possibilidade de cumprir pena de prisão é quase zero. A máquina burocrática cresce mais do que o PIB, asfixiando a livre-iniciativa.
“A corrupção se disfarça de desperdício e se reproduz nos labirintos da burocracia e nas insondáveis trilhas da selva tributária brasileira”.
A mídia também possui uma grande responsabilidade pela manutenção da estrutura nefasta, pois ela recebe vultosos investimentos públicos.
Quando se trata de achincalhar o pobre ladrão de galinhas, o aviãozinho, o circo é armado de forma a reproduzir a miséria humana nos programas policiais e jornalísticos que se reproduzem como uma moléstia em busca de mais audiência sem o menor senso de moralidade e ética.
Os criminosos do colarinho, mesmo com várias condenações, são tratados pela mesma mídia como paladinos, autoridades injustiçadas etc.
Mesmo a polícia ao abordar o cidadão comum na rua atua de forma arrogante, autoritária e injusta, quando se trata de qualquer autoridade, normalmente o comportamento é cordial.
Esse quadro promove a descrença no país em seus políticos e instituições. As pessoas não acreditam nas leis e nem na possibilidade de modificação de suas desgraçadas realidades o que aumenta a violência de toda a sorte, fenômeno desde sempre em ascendência na história desse país.
Os homens e mulheres de bem precisam urgentemente atuar junto aos seus filhos em uma direção contrária a essa, precisamos mudar o “padrão cultural”, precisamos mudar a educação, repensar nossas ações como cidadãos.