Machadinho está
vivendo um paradoxo: Por mais de uma década o povo esteve sob a égide do líder
absoluto, tido como o salvador da pátria, herói local, bom de discurso e
palanque, mas trabalhando com maestria para que qualquer resquício de
novas lideranças que apontassem no horizonte longínquo fosse logo neutralizada,
e as novas idéias tal qual fizerem os romanos com os cartaginês em 146 A.C durante a 3ª guerra
púnica, em que as lideranças foram dizimadas, o povo destruído e não contentes
os salgaram o solo para que nele nada mais brotasse, assim aqui por estas
paragens novas lideranças correm o risco de serem eliminadas e os “abusados” não
só “eliminados” como suas idéias salgadas para que permaneçam em perpétuo
esquecimento. Passados dois mil anos ainda têm líderes que gostariam de
literalmente salgar o solo para que dele nenhuma nova liderança mais pudesse
nascer. Durantes os últimos 15 anos assistimos a eliminação continua a
sistemática de projetos que pudesse significar novas lideranças em nosso
município, que resultou em atraso fenomenal em relação aos outros locais do
estado com o mesmo tempo de emancipação. Machadinho parou no tempo, se
transformou em uma cidade suja, mal cuidada, desmazelada, com crescimento
desordenado e sem lideranças políticas que pudessem fazer diferença. A
partir da última eleição para prefeito, teve início uma pequena reação do
eleitor que demonstrou não estar satisfeito, e muito cansado da política de um
homem só, ao dar uma esmagadora vitória ao humilde e desconhecido candidato da
oposição do "status quo" de então, elegendo Mário Alves, mais
conhecido como Marinho da CAERD. Como prefeito. O que mandava não ficou nada
satisfeito, não pela derrota em si, pois isto nunca o preocupou, aliás,
sempre indicava nomes que sabia não ganhariam afinal nunca se importou em
realmente eleger alguém. O que nunca aceitou foi ser desafiado pela ousadia do
rapaz que petulantemente avisou em alto e bom som para quem quisesse ouvir: Não
preciso de deputado, não preciso do deputado. não preciso de governador, não
preciso de vereador etc., apesar da arrogância, inexperiência, erros
grosseiros, mau assessoramento e pressão total vinda de cima, conseguiu a
inimaginável proeza de romper a barreira
dos dois anos, tomando coragem a cada dia que passava, desafiava com mais
intensidade o "Establishment”, bateu em outras portas que se
abriram de maneira até então nunca vista em nosso município. O único senão é
que o atual gestor até o momento não conseguiu se firmar como liderança
política, vivendo enclausurado em torno de seu pequeno grupo que dificilmente
conseguirá agregar novos nomes dispostos a percorrer mais este trecho do
caminho.
A partir da
eleição passada as portas foram escancaradas e novos nomes foram surgindo e se
firmando perante a opinião pública, acontece que liderança não é um papel fácil
de exercer, depende de certa capacidade inata, outra apreendida, muita
empatia perante o povo, o que poucos têm disposição férrea para trabalhar, conhecimentos
e capacidade de delegar para o grupo e autoconfiança em sua capacidade
gerencial. Isto realmente não é fácil de conseguir e de possuir, ainda mais em
se tratando de política cujos grupos lutam pela posse do poder pelo poder,
independente dos interesses do povo, apesar do discurso ter o povo como o alvo
principal a ser atendido. Nestes quatro anos, especialmente com a eleição
de vereadores mais preparados e mais abertura política propiciada pelos meios
de comunicação, a internet liderando entres os jovens e esclarecidos eleitores,
ficou mais fácil mostrar as capacidades e também de esconder as incompetências
e conversas fiada, que antes eram empurradas para debaixo do tapete, sem que
quase ninguém realmente soubesse da realidade. Hoje, Machadinho tem como
pretendentes a novos líderes políticos ao menos 06 nomes novos que estão
lutando com dificuldades para se imporem, não só pela desconfiança dos grupos,
como pela inexperiência, e mais que tudo pelo constante trabalho nos bastidores
cujo propósito é "jogar um contra outro" na esperança de dividir
para continuar reinando. Dos nomes que despontaram nesta legislatura, os
dos vereadores: Ezequiel Junior, Eliomar Patrício, Amauri Valle e Celso Coelho,
além dos já conhecidos Pastor Reginaldo e Amilton da Montcar, e Mário Alves atual
prefeito, portando tem a máquina na mão. O nó górdio está em como unir estes
nomes que ai está em torno de propostas comuns e mais, como conseguir que
dos seis nomes, sobrem dois ou três de consenso para tentar a formação de novos
grupos e lideranças tão caras e necessárias à democracia. Nomes que tenham projetos
e idéias diferentes das que até este momento governaram esta terra. Uma
tarefa hercúlea ou quase impossível, como é natural cada um de nós se acha à última
cereja em cima do bolo, mas ninguém quer ser o bolo e no final, a continuar
assim, vamos assistir a continuidade do que não deu certo até o momento e
passarmos mais quatro ou oito anos vendo o município se afundar enquanto alguns
poucos submergem e galgam os píncaros da fama, e da riqueza e do bem
estar pessoal enquanto o povo amarga a desilusão de não ver o município
acontecer.
Não adianta culpar
a sorte ou a má sorte, porque ela nada tem com o que está em nossas mãos, e
somente nós temos o poder de não repetir os erros do passado, melhorar o presente
e propiciar a esperança que o futuro será promissor.
Amauri Valle - Vereador.
Domingo 20/05/12
Amauri Valle - Vereador.
Domingo 20/05/12
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