domingo, 20 de maio de 2012

A DIFÍCIL MISSÃO DA FORMAR NOVOS LÍDERES.

 Machadinho está vivendo um paradoxo: Por mais de uma década o povo esteve sob a égide do líder absoluto,  tido como o salvador da pátria, herói local, bom de discurso e palanque, mas trabalhando com maestria para que  qualquer resquício de novas lideranças que apontassem no horizonte longínquo fosse logo neutralizada, e as novas idéias tal qual fizerem os romanos com os cartaginês em 146 A.C durante a 3ª guerra púnica, em que as lideranças foram dizimadas, o povo destruído e não contentes os salgaram o solo para que nele nada mais brotasse, assim aqui por estas paragens novas lideranças correm o risco de serem eliminadas e os “abusados” não só “eliminados” como suas idéias salgadas para que permaneçam em perpétuo esquecimento. Passados dois mil anos ainda têm líderes que gostariam de literalmente salgar o solo para que dele nenhuma nova liderança mais pudesse nascer. Durantes os últimos 15 anos assistimos a eliminação continua a sistemática de projetos que pudesse significar novas lideranças em nosso município, que resultou em atraso fenomenal em relação aos outros locais do estado com o mesmo tempo de emancipação. Machadinho parou no tempo, se transformou em uma cidade suja, mal cuidada, desmazelada, com crescimento desordenado e  sem lideranças políticas que pudessem fazer diferença. A partir da última eleição para prefeito, teve início uma pequena reação do eleitor que demonstrou não estar satisfeito, e muito cansado da política de um homem só, ao dar uma esmagadora vitória ao humilde e desconhecido candidato da oposição do "status quo" de então, elegendo Mário Alves, mais conhecido como Marinho da CAERD. Como prefeito. O que mandava não ficou nada satisfeito,  não pela derrota em si, pois isto nunca o preocupou, aliás, sempre indicava nomes que sabia não ganhariam afinal nunca se importou em realmente eleger alguém. O que nunca aceitou foi ser desafiado pela ousadia do rapaz que petulantemente avisou em alto e bom som para quem quisesse ouvir: Não preciso de deputado, não preciso do deputado. não preciso de governador, não preciso de vereador etc., apesar da arrogância, inexperiência, erros grosseiros, mau assessoramento e pressão total vinda de cima, conseguiu a inimaginável proeza de  romper a barreira dos dois anos, tomando  coragem a cada dia que passava, desafiava com mais intensidade o "Establishment”, bateu em outras portas que se abriram de maneira até então nunca vista em nosso município. O único senão é que o atual gestor até o momento não conseguiu se firmar como liderança política, vivendo enclausurado em torno de seu pequeno grupo que dificilmente conseguirá agregar novos nomes dispostos a percorrer mais este trecho do caminho.
A partir da eleição passada as portas foram escancaradas e novos nomes foram surgindo e se firmando perante a opinião pública, acontece que liderança não é um papel fácil de exercer, depende de  certa capacidade inata, outra apreendida, muita empatia perante o povo, o que poucos têm disposição férrea para trabalhar, conhecimentos e capacidade de delegar para o grupo e autoconfiança em sua capacidade gerencial. Isto realmente não é fácil de conseguir e de possuir, ainda mais em se tratando de política cujos grupos lutam pela posse do poder pelo poder, independente dos interesses do povo, apesar do discurso ter o povo como o alvo principal a ser atendido. Nestes quatro anos, especialmente com  a eleição de vereadores mais preparados e mais abertura política propiciada pelos meios de comunicação, a internet liderando entres os jovens e esclarecidos eleitores, ficou mais fácil mostrar as capacidades e também de esconder as incompetências e conversas fiada, que antes eram empurradas para debaixo do tapete, sem que quase ninguém realmente soubesse da realidade. Hoje, Machadinho tem como pretendentes a novos líderes políticos  ao menos 06 nomes novos que estão lutando com dificuldades para se imporem, não só pela desconfiança dos grupos, como pela inexperiência, e mais que tudo pelo constante trabalho nos bastidores cujo propósito é  "jogar um contra outro" na esperança de dividir para  continuar reinando. Dos nomes que despontaram nesta legislatura, os dos vereadores: Ezequiel Junior, Eliomar Patrício, Amauri Valle e Celso Coelho, além dos já conhecidos Pastor Reginaldo e Amilton da Montcar, e Mário Alves atual prefeito, portando tem a máquina na mão. O nó górdio está em como unir estes nomes que ai está em torno de propostas comuns e mais, como conseguir que  dos seis nomes, sobrem dois ou três de consenso para tentar a formação de novos grupos e lideranças tão caras e necessárias à democracia. Nomes que tenham projetos e idéias diferentes das que até este momento governaram esta terra.  Uma tarefa hercúlea ou quase impossível, como é natural cada um de nós se acha à última cereja em cima do bolo, mas ninguém quer ser o bolo e no final, a continuar assim,  vamos assistir a continuidade do que não deu certo até o momento e passarmos mais quatro ou oito anos vendo o município se afundar enquanto alguns poucos submergem  e galgam os píncaros da fama, e da riqueza e do bem estar pessoal enquanto o povo amarga a desilusão de não ver o município acontecer.
Não adianta culpar a sorte ou a má sorte, porque ela nada tem com o que está em nossas mãos, e somente nós temos o poder de não repetir os erros do passado, melhorar o presente e propiciar a esperança que o futuro será promissor.
Amauri Valle - Vereador.
Domingo 20/05/12

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