No atual governo, o que se vê é uma luta diuturna para colocar a casa em ordem, inclusive no quesito probidade. Com Confúcio, não há nada acobertado e nem procedimentos na calada da noite. Pelo contrário, todas as ações acendidas pelo Ministério Público, pela Justiça e pela Polícia Federal têm a facilitação de um governo transparente e republicano.
domingo, 21 de outubro de 2012
AFINAL QUEM ESTÁ COM A RAZÃO? CASSOL OU CONFÚCIO?
Publicada em 19/10/2012 - 10h57min / Autor: Júlio Olivar
OPERAÇÃO TERMÓPILAS - Denuncismo barato expõe a falta de memória de Cassol
As malversações verificadas na saúde e divulgadas agora por Cassol têm reflexos ainda hoje, mas nasceram no governo do próprio Cassol.
Pouco dado ao diálogo e com posições geralmente reacionárias, o senador Ivo Cassol (PP) parece ter também problema de memória. Em seu imaginário bipolar, Cassol criou um filme de faroeste em que ele, lógico, figura como mocinho. E os que não fazem parte de sua hoste são bandidos.
Mas, no Senado todos estão imunes a discursos fáceis e pueris; não há espaço para tolices como o pronunciamento que Cassol fez na última quarta-feira, 17, com acusações levianas envolvendo o governador Confúcio Moura (PMDB).
As malversações verificadas na saúde e divulgadas agora por Cassol têm reflexos ainda hoje, mas nasceram no governo do próprio Cassol. Nele está a raiz da Operação Termópilas da Polícia Federal, por conta da corrupção que campeava sem dó nem piedade. Eclodiu, é fato, no atual governo, mas eram endêmicas as facilitações que vinham de longe e que, agora, têm sido combatidas com rigor.
E a Termópilas não foi a única operação da PF originada no Governo Cassol. Pelo visto, o agora senador quando estufa o peito está esquecido da Operação Dominó, deflagrada em 2006, que levou à prisão um membro do seu staff, que falava em seu nome, operacionalizando “esquemas milionários”, conforme se verificou em diversas conversas telefônicas divulgadas à época dos fatos.
Cada político tem suas próprias bandeiras. Confúcio tem as dele: com seu jeito sereno, cumpre um governo democrático, de vanguarda, aberto ao diálogo, que valoriza o servidor e o rondoniense em geral. Confúcio quer corrigir falhas, colocar ordem no Governo do Estado, encontrado no princípio de 2011 abarrotado em dívidas, falta de planejamento, com um modelo de gestão atrasado, centralizador, manipulador e inconsequente, com produtos estocados pelos cantos com data vencida, comprados às pressas e sem critérios para “fechar” a conta da educação e da saúde, para ficarmos em duas áreas vitais. Sem contar as estradas com asfalto de péssima qualidade, um Estado opressor e, de quebra, com a conhecida fanfarrice das diárias de um governador que usava até aeronave custeada pelos cofres públicos para jogar futebol no interior, distribuindo diárias entre seus prosélitos e assessores – o que acabava custando mais do que os “benefícios” levados à população.
Confúcio dá o exemplo ao investir no ser humano e pensar grande. Pensar numa Rondônia conectada com o futuro, sem perder o foco no combate à pobreza e nas ações emergentes, afirmativas, de um estado abandonado por oito anos. O Banco do Povo, a legalização fundiária, o Plano Futuro, as habitações populares são provas de um governo que pensa e age para melhorar o social. Também é fato o aumento nos investimentos na Educação, que tem melhorado seus índices e que contempla os servidores através de conquistas históricas como a Gestão Democrática e o PCCR (Plano de Carreira, Cargos e Remunerações).
Na saúde, na economia, na cultura, na agricultura, nas estradas, na segurança pública, na assistência social, no sistema prisional... e, sobretudo, no seu papel institucional, Confúcio Moura tem dado mostras incontestes de que Rondônia tem hoje um governador que pensa e mapeia o futuro que haverá de ser auspicioso para todos.
A pergunta que não quer calar é: qual a bandeira de Cassol? Exemplo em quê ele é? Cumpriu um governo marcado pela truculência em que professores apanhavam em praça pública quando reivindicavam seus direitos; um governo que arrasava seus próprios secretários e assistentes diretos tratando-os aos gritos e pontapés; que agia com a imprensa, a polícia e o judiciário como se Rondônia fosse sem lei; que jamais aceitou se pronunciar acerca da corrupção que o atingiu frontalmente – quando da Operação Dominó, por exemplo, divulgaram o desvio de mais de R$ 70 milhões dos cofres do Estado através de um conluio que envolvia membros da Assembleia e do Governo do Estado. Cassol não sabia que ele pagava obras não executadas? Não sabia que o superfaturamento era prática recorrente em todos os setores de seu governo como forma de manter a ALERO fidedigna a ele, acobertando suas trapalhadas e incorreções éticas?
Rondônia não é uma casa-grande, tampouco uma republiqueta em que um tirano possa dar as cartas e expor o Estado na tribuna do Senado como sinônimo de “bandalheira”. É uma indecência e uma dissimulação sem precedentes a aposta no “quanto pior, melhor” como forma de atuação parlamentar.
É preciso precaução e bom-senso para perceber o seu jogo sujo de investir na falácia improdutiva e na mentira com o fito de fragilizar um governo que, em apenas 20 meses, fez mais e melhor que seu antecessor, apesar de ter encontrado um cenário dantesco na saúde, com UTIs paralisadas e hospitais fechados no interior por falta de repasse de recursos do Estado. Na capital, perdura o drama dos pacientes largados no chão no Hospital João Paulo II; cena triste deixada por Cassol e herdada por Confúcio. Mas o atual governador haverá de resolver e está trabalhando incansavelmente para isso.
Confúcio Moura já tomou algumas medidas visando melhorar o atendimento nesse hospital: algumas reformas já estão sendo feitas e algumas unidades no campo da saúde estão sendo construídas, como é o caso de duas UPAs (Unidade de Pronto Atendimento), aliás, já construídas e prontas na Capital. Também alguns leitos foram construídos no Hospital de Base de Porto Velho. O Governador inaugurou, recentemente, com equipamentos, e pôs em funcionamento um hospital regional em São Francisco, no Vale do Guaporé.A Operação Termópilas da Polícia Federal apurou que contratos realizados no governo anterior realinharam os valores destes mesmos contratos chegando ao valor de R$ 18 milhões dos quais R$ 6 milhões foram pagos no apagar das luzes do governo passado, apesar de uma liminar da Justiça de Porto Velho proibir o pagamento. Os tais “desvios” enunciados por Cassol, portanto, foram iniciados e consumados antes da chegada de Confúcio ao governo.
A casa está sendo arrumada, a duras penas, com trabalho de técnicos e de gente que ama Rondônia. O governador Confúcio Moura assumiu o Palácio Presidente Vargas com R$ 310 milhões em dívidas deixadas pelo grupo de Cassol, sem contar os atrasos descabidos nos repasses de verbas para o sistema de saúde mantido em convênio com as prefeituras, que estavam à míngua e sem poder reclamar por medo de represálias. O Estado estava praticamente rompido com todos os poderes, brigado com os prefeitos e lideranças, sem crédito junto aos servidores que viviam de cabeça baixa, sem autoestima, humilhados e que, por isso, deram o troco ao grupo de Cassol nas urnas, derrotando-o.
Que todos os órgãos fiscalizadores, deliberativos, investigativos e punitivos, e também a imprensa, atuem mesmo, e com austeridade, porque o Estado é de todos os cidadãos e esses merecem saber o que se passa nas entranhas do poder. O que se deseja é passar Rondônia a limpo para que a História apresente o veredito final de quem é quem. Confúcio deixou marcas indeléveis por todos os locais por onde transitou seja na vida profissional ou política. E não será diferente como governador de Rondônia.
O contraditório e a oposição são salutares para a manutenção da democracia. No entanto, o polemismo destemperado arruína a possibilidade de se manter um diálogo construtivo. Os políticos deveriam ter a disposição de desmontar os palanques, aceitar suas derrotas e estabelecer debates com o mínimo de conteúdo, coerência e veracidade. Vamos em frente! O poder é algo transitório e que precisa ser alternado, agora é a hora do Governo da Cooperação. Que Cassol compreenda isso, aceite, e se coloque como servidor da sociedade no Senado, que seja útil e não se sustente à custa de factoides apostando que, igual a ele, a população não tem memória, pois a população lembra-se de tudo o que ocorreu em seu governo e tem maturidade para separar o joio do trigo.
Um senador exerce um papel importantíssimo, representa a instituição Estado. Seria de bom tom que tivesse postura e deferência em relação a Rondônia, sendo propositivo e eficiente no exercício de suas funções, que devem superar o revanchismo barato, para que de fato cada cidadão possa ter orgulho de sua própria condição de rondoniense.
Por Júlio Olivar - Diretor do Departamento de Comunicação do Governo de Rondônia
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