Para mim, o cemitério, campo santo, local de descanso eterno, etc, deveria ser um local de respeito, pois ai repousa em eterno silêncio, os nossos entes queridos, e nós os humanos, somos os únicos seres vivos que cultuamos a memória dos antepassados, e principalmente o respeito ao corpo sem vida que depositado na terra, no tumulo, no gavetário ou em vistosas capelas, nos faz lembrar que ai jaz alguém que viveu, sofreu, teve alegrias e tristezas, amou e morreu, trazendo-nos a lembrança da nossa finitude terrena.
Em quase todas as civilizações, em especial no mundo cristão-ocidental, costuma-se visitar o local de sepultamento dos entes queridos, e por isto o cemitério, deve(ria) ser um local bem cuidado, bem zelado, respeitado, ou seja, um local onde pudéssemos sentir que os nossos entes continuam a ser tratados com respeito e dignidade, mesmo apos a passagem terrena, em especial que respeitamos a dor do vivos que ficaram.
Portanto o campo santo deveria ser tratado com um pouco mais de respeito, o que não acontece em Machadinho do Oeste, onde o cemitério é tratado como se nunca fossemos fazer parte daquele território,, mas do qual inegavelmente, ou melhor, com a mais absoluta certeza um dia iremos fazer parte, uns mais tarde, outros talvez mais cedo que gostariam.
Eu particularmente me sinto indignado com o desrespeito daquele local, e sou acompanhado na minha indignação por outros vereadores em especial pelo vereador Cirilo Guedes que também não se conforma com o desrespeito e abandono, cobrando com veemência uma solução por parte do Prefeito Municipal, mas infelizmente nem o vereador Cirilo, nem o vereador Lourival, nem o Vereador Amauri, que sempre cobram em tribuna uma solução, foram atendidos.
A minha indignação com o descaso ao cemitério municipal de Machadinho, vem de longa data, mais exatamente há 17 anos, quando aqui cheguei e fui visitá-lo, e minha revolta foi tanta, que mesmo sem poder, pois estava iniciando a minha vida aqui, fui até uma cerâmica em Jaru a adquiri 40 mil tijolos para murar o local, pois o caminhão do lixo transitava pelo meio, sem contar que por estar muito próximo a selva, pois naquele tempo a floresta chegava até próximo ao lixão, e por isto os tatus, se banqueteavam quando alguém era sepultado na terra, e isto não era legal.
Então propus ao prefeito da época que compraria todos os tijolos para murar o campo santo, mas como a "falta de recursos" ou de comprometimento com a sociedade de Machadinho, e as desculpas velhas e novas dos ocupantes da cadeira executiva vem de longa data, o local ficou com o muro pela metade, e isto apos muita discussão, em especial com o secretário de obras da época e como o prefeito, que alegavam não ter recursos para contratar a mão-de-obra para assentar os tijolos, certamente estavam certos porque uma das laterais o serviço foi iniciado e ficou pela metade até hoje.
Este ano propus emenda ao orçamento municipal, destinando 32 mil reais para construir um abrigo mortuário no centro do cemitério para que os familiares tenham um local descente, para dar o último adeus aos entes queridos, sem terem que torrar ao sol, ou sair correndo para se proteger da chuva, em total desrespeito aos vivos e ao morto.
Mas resumindo, hoje ao visitar o local me deparei com a braquiaria com quase um metro de altura, encobrindo as sepulturas de forma vergonhosa, que espero o senhor prefeito solicite ao secretário de obras que tome providencias urgentes para tornar aquele local um pouco melhor, que é o mínimo que os vivos desejam.
Que sejamos ouvidos
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