quarta-feira, 17 de agosto de 2011

RONDÔNIA TERRA DE HEROIS!

Um dia lá pelos idos de 1986, visitei esta terra e por ela me encantei. Que maravilha de lugar, que benção da natureza, terra de muitas oportunidades que estava ai para quem quisesse dela se fazer proprietário. Vim, vi e gostei, mas os compromissos me fizerem voltar para Curitiba, onde tinha minha família e meus negócios, mas ficaram por estas bandas muitas saudades e muita vontade de um dia ser cidadão deste lugar.
Então, sem esquecer a Canaã prometida, conclui o meu curso de economia e duas pós graduações ligadas a área econômica, e logo que recebi os diplomas, a primeira providencia foi contratar uma carreta e trazer a mudança para esta terra. Aqui me instalei definitivamente em 01 de janeiro de 1994. Muita coisa mudou nestes anos todos, machadinho evoluiu, o povo melhorou de vida, muitas coisas boas e ruins aconteceram, mas com certeza as boas suplantaram em muito as ruins.
Grandes mudanças houve na maneira de pensar do povo brasileiro. Atendendo interesses muitas vezes escusos de ONGS internacionais que vêem na nossa Amazônia a última grande fronteira virgem da terra, detentora de bilhões e bilhões de dólares em riquezas minerais, enterradas em baixo do solo, além de florestas imensas, grandes reservas de água doce, terras férteis posição estratégica no continente  e infinitas qualidades que o mundo todo conhece, deseja e quer, mas muitos brasileiros infelizmente não conseguem enxergar e se colocam a criticar os homens e mulheres abnegados que conquistaram estas paragens e a mantém para a nação brasileira e garantia para as gerações futuras.
Porque terra de heróis? Porque aqui todos são grandes heróis que atendendo ao chamado dos governos militares que com a máxima INTEGRAR PARA NÃO ENTREGAR, pois sabiam que a única maneira de não perder esta terra para a sanha e cobiça estrangeira era povoar os quatro cantos desta inóspita região,  e para isto a nação necessitava de um exercito de homens e mulheres com extrema coragem, que estivessem dispostos a largar o conforto e a civilização do sul e sudeste dos País, enfrentar a selva desconhecida e temida por séculos e que ceifou muitas vidas, levadas por mortes violentas em conflitos por terras, por inúmeras doenças tropicais para as quais não existiam recursos para tratar, de desnutrição, acidentes violência e  de uma infinidade de males que sempre recai sobre as costas dos pioneiros em qualquer lugar do mundo, mas na Amazônia esta cota foi muito maior em razão das particularidades e do clima destes trópicos.
Quando aqui chegamos e  nos apresentamos ao quartel general (Leia-se INCRA), nós éramos os soldados recrutados para  vencer a batalha, e o inimigo declarado era a selva ingnóbia que causava medo e era necessário vencê-la para que as fronteiras do País fossem definitivamente conquistadas.
 Pois bem aos milhares os soldados corajosos se apresentaram com o denodo dos heróis e nos foi  entregue como armas não canhões e metralhadores, mas motosserras, foices e machados, e o general bradou em alto e  bom som, eis ai homens e mulheres, brasileiros de cuja bravura e destemor não duvidamos e de vos dependem o futuro deste quinhão de terras para servirem de herança as gerações futuras.  
Eis ai homens o vosso inimigo. A floresta e eis aqui vossas armas, entrem na batalha e são se apresentem novamente enquanto não tiverem vencido o último soldado, alias derrubado a última arvore, caso contrário serão considerados desertores e ao invés de receberem a comenda da vitória, ou seja, a posse de vosso pedaço de chão serão considerados desertores e traidores da pátria e será tomado o que lhes foi dado e  não caberá a vós nada mais que a vergonha de não ter lutado com a bravura exigida e se acovardado frente  as dificuldades da batalha.
Tendo lutado bravamente milhares de homens e mulheres, chegaram e enfrentaram  a selva  enquanto no calor da batalha os generais encontravam-se em Brasília, e nas capitais confortavelmente instalados em bonitos escritórios com ar condicionado e toda mordomia, e ninguém estava aqui  para orientar os rumos da guerra contra a selva. E agora ousam nos chamaram de desertores?  Destruidores da Amazônia?  Párias da sociedade? Jamais aceitaremos tal imposição, pois é muito fácil após o fim da  batalha acusar os soldados de atrocidades e crimes de guerra, mas onde estavam os generais no calor da batalha? Não estavam presentes, portanto não tem o direto de nos julgar e condenar, porque aqui só tem HEROIS, e assim devíamos ser tratados, porque infeliz o povo que relega ao esquecimento os seus HEROIS e  sua história.
Como diz o belíssimo hino de Rondônia, nós os bandeirantes, merecemos, queremos e exigimos do País o reconhecimento pelo nosso trabalho na defesa desta terra em prol de todos os brasileiros e não de sermos tratados como lesa-pátria.
RONDONIA E MACHADINHO, TERRA DE HOMENS E MULHERES HEROICOS QUE MERECEM TODO O RESPEITO DAQUELES QUE GALGARAM OS  PÍNCAROS, MAS INSISTEM QUE OS 25 MILHÕES DE BRASILEIROS QUE AQUI ESTÃO NÃO SÃO MERECEDORES DE CONSIDERAÇÃO E RESPEITO.

UM PANTEÃO AOS PIONEIROS DA AMAZONIA

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